
No quadro Gestores em Foco, tivemos o privilégio de conversar com Taisa Bonassi Brassanini, uma liderança que se destaca pela visão estratégica, pela paixão em transformar realidades e pelo forte compromisso com os valores humanos.
Taisa compartilhou sua trajetória inspiradora — desde as raízes no empreendedorismo familiar até a liderança estratégica na MHNET Telecom, uma das operadoras que mais crescem no país, com mais de 320 mil clientes e presença consolidada no Sul e Sudeste do Brasil.
Na entrevista, ela fala sobre os desafios da liderança feminina em um setor ainda predominantemente masculino, a importância da educação contínua, e o papel essencial do PMO na conexão entre estratégia e execução em empresas de telecomunicações. Uma conversa que mostra como é possível alinhar crescimento, inovação e humanização na gestão.
Confira a entrevista completa e inspire-se com uma gestora que acredita no poder das pessoas para fazer a diferença — dentro e fora das organizações.
1. Trajetória e Liderança
Gestores :“Taisa, você construiu uma carreira sólida até chegar à Diretoria de Planejamento Estratégico na MHNET. Quais foram os principais marcos e desafios da sua trajetória até essa posição de liderança?”
Taisa: Venho de uma família de empreendedores que, desde cedo, me transmitiu com muita firmeza os valores que carrego até hoje: conduta ética, responsabilidade, humildade, comprometimento e respeito pelas pessoas. Esses ensinamentos fizeram parte da minha infância e moldaram quem sou como profissional.
Sem dúvida, um dos marcos mais significativos da minha trajetória foi deixar a empresa familiar para enfrentar o mercado de trabalho. Foi um momento de muito aprendizado, amadurecimento e reafirmação das minhas competências.
Tive a grata satisfação de atuar por mais de uma década em cargos de liderança na Associação Empresarial de Chapecó (ACIC). Essa experiência foi um verdadeiro presente, pois me permitiu trabalhar ao lado de grandes executivos, empreendedores e empresários, liderando projetos relevantes para o desenvolvimento econômico da nossa cidade e região.
A convivência com diferentes lideranças e setores da economia, dentro da Entidade, me proporcionou uma visão sistêmica e aprofundada sobre os desafios e oportunidades do mundo dos negócios. Atuei em diversos projetos, em cenários dinâmicos e com alto nível de exigência, o que me impulsionou a desenvolver habilidades multidisciplinares e a manter uma postura sempre aberta à atualização e adaptação.
Esses momentos foram fundamentais para que eu me tornasse a profissional que sou hoje, com paixão por liderar, contribuir e construir caminhos que gerem valor e transformação na vida das pessoas e das organizações.
2. Educação como Alicerce
Gestores : “Qual foi o papel da educação — formal e contínua — na sua formação como gestora estratégica? Que tipo de aprendizado você considera essencial para quem almeja uma posição de diretoria em grandes empresas?”
Taisa: Antes de qualquer formação acadêmica, acredito profundamente que o comportamento humano vem em primeiro lugar. A vontade de aprender, a proatividade, a boa conduta e o respeito pelas pessoas são valores que, na minha visão, podem nos levar a qualquer lugar do mundo.
A educação sempre teve um papel muito especial na minha trajetória. Atuei por anos no ensino superior universitário, e encarei essa experiência como uma forma constante de aprendizado — ensinar é uma das formas mais profundas de aprender. Nunca me desvinculei das instituições de ensino, pelo contrário, sempre mantive viva a sede por conhecimento e o hábito de me inspirar em bons exemplos.
Durante minha atuação na Associação Empresarial de Chapecó (ACIC), tive o imenso privilégio de conviver com líderes inspiradores, que me influenciaram de forma decisiva. Essa convivência me mostrou, na prática, o valor da escuta, da visão sistêmica e da liderança com propósito.
Ao longo da minha caminhada, busquei me especializar em diferentes áreas da gestão e sigo determinada a continuar estudando e me desenvolvendo.
Já o autodesenvolvimento é, para mim, um compromisso contínuo — ele me fortalece para lidar com os desafios e para conduzir com responsabilidade as missões que me são confiadas.
De nada adianta uma formação brilhante se eu não for, antes de tudo, uma boa pessoa. Acredito que liderar vai além de ocupar um cargo. Quando assumimos a posição de diretoria, representamos muito mais do que decisões estratégicas — carregamos a responsabilidade de honrar os valores que fizeram a empresa chegar até aqui.
3. Mulheres na Telecom
Gestores :“O setor de telecomunicações ainda é majoritariamente masculino. Como tem sido sua experiência como mulher em uma posição de liderança nesse setor, e que iniciativas você acredita que podem impulsionar mais mulheres a seguirem esse caminho?”
Taisa: O setor de telecomunicações ainda é, sim, predominantemente masculino — e talvez por isso muitas vezes se pense que não há espaço para a sensibilidade, a escuta ou a intuição, características que muitas mulheres trazem com naturalidade. Mas a minha experiência dentro da MHNET tem sido surpreendentemente positiva e entusiasta.
Me deparei, logo de início, com mulheres incríveis, inspiradoras, que mostram diariamente a força e a competência feminina nesse setor. Nosso time é composto por profissionais fantásticas, e elas estão em todas as áreas!. Vejo, com muita alegria, que na MHNET as diferenças são respeitadas e valorizadas — aqui, homens e mulheres caminham juntos, com equilíbrio e respeito mútuo, cada um contribuindo com suas singularidades. Percebo uma sincronia muito bonita entre as equipes, onde o protagonismo não tem gênero — tem entrega, tem dedicação, tem talento.
Acredito que um caminho importante para impulsionar mais mulheres a trilharem esse setor é justamente esse: fomentar ambientes que reconhecem e exploram com sabedoria as potencialidades de cada indivíduo. Quando as organizações acolhem as diferenças e valorizam o que cada pessoa tem de único, todos crescem — e o resultado é um time mais forte, mais diverso e muito mais humano.
4. O Papel do PMO nas Gigantes de Telecom
Gestores :“Quando falamos em conectar estratégia e execução, o PMO (Project Management Office) tem um papel fundamental. Como o PMO atua em sua visão e qual sua importância no alinhamento dos projetos com os objetivos estratégicos da empresa?”
Taisa: O PMO, na minha visão, é uma ponte viva entre o que sonhamos como empresa e o que realmente conseguimos entregar. Ele tem um papel muito mais estratégico do que operacional: é onde a visão se transforma em ação, e onde os projetos deixam de ser iniciativas isoladas para se tornarem parte de algo maior, com propósito, direção e impacto.
Nas empresas de telecomunicações, essa conexão entre estratégia e execução é ainda mais crítica. Lidamos com ambientes altamente dinâmicos, tecnologias em constante evolução e um nível de exigência que não permite improviso. Nesse cenário, o PMO se torna um eixo estruturante. Ele não apenas organiza, prioriza e monitora os projetos, mas garante que cada esforço esteja alinhado com os objetivos maiores da empresa.
Um bom PMO traz clareza, ritmo e visão de longo prazo. Ele ajuda a empresa a dizer “não” quando for preciso, a alocar recursos de forma mais inteligente e a garantir que o que está sendo feito realmente gere valor. Na MHNET, estamos vivendo isso na prática: reestruturamos nosso Escritório de Projetos justamente com esse propósito — dar suporte à tomada de decisão, facilitar a colaboração entre áreas e garantir que cada projeto faça sentido dentro da estratégia do negócio.
O PMO, portanto, é mais do que uma área de gestão. Ele é um aliado da liderança, um guardião da coerência entre o que se planeja e o que se entrega — e isso, para mim, é essencial em qualquer organização que queira crescer com consistência.
5. Gestão Estratégica e Futuro
Gestores :“Na sua visão, como as áreas de Planejamento Estratégico e PMO podem evoluir nos próximos anos para responder às rápidas transformações tecnológicas e de mercado no setor de telecom?”
Taisa: Acredito que Planejamento Estratégico e PMO caminharão, cada vez mais, lado a lado — e ambos precisarão ser muito mais do que estruturas técnicas. Eles terão que ser ágeis, adaptáveis e profundamente conectados com a cultura da empresa e com as necessidades reais do negócio.
No setor de telecom, as transformações acontecem em ritmo acelerado: novas tecnologias, novos modelos de consumo, demandas cada vez mais digitais e imediatistas. Nesse cenário, o planejamento não pode mais ser estático, baseado apenas em ciclos longos. Ele precisa ser vivo, com capacidade de escuta, de revisão contínua e de incorporação rápida de tendências.
O PMO precisa atuar como um orquestrador — garantindo que os projetos estejam não só bem executados, mas, principalmente, alinhados com o que realmente importa para o futuro da empresa.
Vejo essas áreas cada vez mais orientadas por dados, tecnologia e inovação, mas, acima de tudo, por gente. Porque, no fim, são as pessoas que adaptam, que criam e que fazem a estratégia acontecer. Por isso, investir no desenvolvimento humano será sempre essencial.
Na MHNET, temos dado passos importantes nessa direção — fortalecendo o elo entre estratégia e execução, mas com um olhar humanizado, respeitoso com a nossa história e preparado para o que ainda está por vir.